sexta-feira, 17 de dezembro de 2004

boas festas

depois de teres partido mudou tanta coisa... tu sabes. agora, olho para o novo ano com um sorriso. apesar de tudo, eu sei.

continuarei na margem da alegria, um pouco por aqui ou por ali até ao chegar desse ano novo em que o tempo voltará a repisar os mesmos dias. espaços habitados de memórias. a caminho da erosão do teu sorriso, do desvanecer do teu cheiro. (adoro-te...)

"se eu beber dessa luz que apaga
a noite em mim
e se um dia eu disser
que já não quero estar aqui
só Deus sabe o que virá
só Deus sabe o que será
não há outro que conhece
tudo o que acontece em mim"

feliz natal e bom ano novo para todos.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2004

à saída da igreja

como pode chorar o pecador que fala da morte a olhar para a vida?

(quando foi a última vez que te disse que és linda?)

pensamento do dia

são as surpresas que a vida me traz. por entre tantas coisas que servem de pretexto para não sorrir. que me fazem acreditar em ti. ou pelo menos duvidar que não existas.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2004

venite, exultemus domino

os dias de encontro aproximam-se a grande velocidade. dizem que é cristo que aí vem. para ser recebido pelas famílias de lisboa. para ser acolhido nos nossos corações.

que tudo corra pelo melhor.

domingo, 21 de novembro de 2004

poema da meia-noite

versos de um dia que passa
esculpidos em silêncio

(quem vive no silêncio
fala no silêncio e
ouve no silêncio)

(mas olha, apesar de tudo
há um novo dia que surge
da quietude dos gestos
das palavras)

à meia-noite
a solidão é sobretudo
silêncio

sexta-feira, 19 de novembro de 2004

lumen vitae


esquinas



olhar para ti, feliz, é ser o mais feliz dos homens
é sorrir estupidamente pelo metro fora
é amar para além da dor

ver a tua mão entrelaçada com a vida
é saber que posso repousar na tua ausência de mim
é ver-te partir e querer ficar com o que tu deixas para trás
com o vazio dos teus passos

é a súbita tristeza por um tempo que não existiu
uma saudade imensa do teu futuro
um adeus tão breve quanto o sopro do entardecer

não és por isso somente a mulher mais bonita do mundo
és também a mais amada

quinta-feira, 18 de novembro de 2004

resta perguntar

ser diversamente maltratado num curto espaço de tempo dá sempre que pensar. no fundo, a questão é: o que fizemos para o merecer? não vou fugir à regra. acho que não fiz nada. os meus amigos conhecem a minha propensão para mediador, essa zona lamacenta e repisada da existência humana. era decerto melhor tomar partido. era melhor deixar a violência como está. não meter a cabeça na toca do lobo.

e depois? somos traídos. vítimas da desumanidade de quem é desleal. daquela pessoa pela qual púnhamos o braço e a cabeça na fogueira. mas a confiança serena de quem procura um caminho de paz mantém-se.

o que ganham os que me magoam?

quarta-feira, 17 de novembro de 2004

é isto a blogosfera

ser hora de dormir. a vida não variar muito. falar com poucas pessoas. falar poucas coisas. não ter solução para dois ou três problemas. ter saudades de alguém. estar frio. ter os pés gelados. ter pouco ou nada para dizer. perguntar para que serve, para que tenho afinal este blog.

escrever este apontamento e publicá-lo no minuto seguinte. bendizer o poder da palavra.

o que é o amor, maria

"Meu amor
eu nem sei te dizer quanta dor
mesmo a noite não sabia
o que o amor escondia

minha vida
que fazer com minh'alma perdida
foi um raio de ilusão
bem no meu coração

e veio com tudo
dissabor e tudo
veio com tudo
dissabor e tudo

eu sei,
que eu não sei viver sem ela

assim,
um simples talvez me desespera
ninguém pode querer bem sem ralar
não há nada o que fazer
amar é tudo"

djavan

segunda-feira, 15 de novembro de 2004

domingo, 14 de novembro de 2004

literatura

leio pouco. penso demais. preciso de parar, de quando em quando. para folhear algumas páginas soltas. esquecer quem sou. reinventar-me nas letras. na arte de outros mundos. de outras vidas.

ler é viver mais do que uma vida. sem nunca sairmos de nós.

terça-feira, 9 de novembro de 2004

amizade

incluir-te nas minhas preces é a única coisa que posso fazer por ti. depois de o pedires em lágrimas, com a voz rouca de emoção, é a única coisa que não posso deixar para amanhã. beberei uma vez mais dessa água que é fonte de vida. beberei para te inundar do seu amor.

declaração de paz

tenho uma dor imensa na perna. o sentido da vida é ultrapassar a dor de sermos. reconhecermos o nome da salvação.

sexta-feira, 5 de novembro de 2004

por onde navegas, ulisses


1 Coríntios 13:7-8

"O amor suporta tudo, acredita sempre, espera sempre e sofre com paciência. O amor é eterno."

naquele instante

e de repente estavas ali. sentaste-te ao meu lado. milhares de palavras atravessaram a minha boca e eu apenas sentia uma vontade imensa de estar em silêncio. de respirar uma vez que fosse em paz. por estares ali e eu não precisar de me preocupar contigo. por estares ali e eu poder fechar os olhos com a certeza de que não me abandonararias naquele instante.
não olhei para ti para não ver como ia deixar de ver-te. e depois parti.

e agora, sozinho, espanto-me com a forma como te amo. questiono até se deus não poderia fazer mais por mim, esquecendo-me de que ele já tudo fez. apareceste na minha vida sem haver qualquer razão para isso. mudaste a minha vida por existires. e eu amo-te sem saber porquê. na certeza de que nunca me amarás. de que nunca saberás o que sinto por ti. e a felicidade de amar multiplica-se em paciência, em tranquilidade, em confiança. de que o que sinto basta para acreditar na vida. não há niguém como tu. nada como a tua luz. és e serás sempre o meu amor. até aquele dia, em que naquele instante sorrirmos e dissermos. vamos.

terça-feira, 26 de outubro de 2004

o amor não pode ser confessado

às vezes peço a deus que te leve do meu coração. que apague a recordação dos teus lábios. fico em silêncio. sei que não posso pedir isso. tu surges outra vez por entre os dias. deus confirma o meu coração. diz-me para esperar em silêncio.

quarta-feira, 20 de outubro de 2004

até amanhã

a noite estende-se, preguiçosa, por entre a luz do quarto. convida-me para conversar. fico mais um pouco. bocejo e penso o que faço aqui. contigo. com a noite. vou dormir.

segunda-feira, 18 de outubro de 2004

o que gostou mais no público de ontem

"Compreendo a resistência daqueles que continuam com a ideia de que fora da Igreja Católica não há salvação. Não podem, por isso, ouvir falar de um encontro real entre religiões. Mas a Fátima vai quem quer. E ao tornar-se um centro ecuménico e inter-religioso, o diálogo deixa de ser uma reserva de alguns especialistas e de altos dirigentes religiosos. É tarefa de pessoas e grupos que, de diversas famílias religiosas, se juntam para rezar. E, como diz o filósofo L. Wittgenstein, a oração é o pensamento do sentido da vida. Os que se reúnem com vontade de rezar abrem caminhos de paz entre as religiões. Fazem delas focos de paz entre as nações."

frei bento domingues, o. p.

sábado, 16 de outubro de 2004

da poesia, do candeeiro, da cabeceira

as vozes dos poetas ecoam na noite. sussurram palavras desenhadas a lápis. uma por uma. amor. saudade. vazio. dolência. melancolia.

preenchem os recantos que o silêncio se esqueceu de invadir.

quarta-feira, 13 de outubro de 2004

prece

faz-me sorrir quando não restar qualquer esperança. acolhe o meu silêncio. escuta as minhas lágrimas.

até amanhã

esgoto-me no que tenho para fazer. dou tudo. e depois descanso. penso melhor. re-imagino. re-imagino-me. amanhã volto a fazer. sei que confias. eu confio.

as pequenas coisas avançam.

terça-feira, 12 de outubro de 2004

segunda-feira, 4 de outubro de 2004

é o amor que move o mundo



não é difícil imaginar um tal abandono do mundo. mesmo que sob variadas formas possíveis.

é apenas difícil fazê-lo com os nossos próprios passos. sem conhecermos quase nada do amor. sem nunca termos amado como ivy walker amou.

sábado, 2 de outubro de 2004

quiet nights with tom jobim

"um cantinho, um violão,
este amor, uma canção
pra fazer feliz a quem se ama.

muita calma pra pensar
e ter tempo pra sonhar,
da janela vê-se o corcovado,
o redentor, que lindo.

quero a vida sempre assim,
com você perto de mim
até o apagar da velha chama.

e eu que era triste,
descrente deste mundo,
ao encontrar você, eu conheci
o que é felicidade, meu amor."

dançaremos esta música naquela noite. até ao amanhecer.

prometo-te.

quarta-feira, 29 de setembro de 2004

os balcões sucessivos sobre o rio

"(...) Importa-me é o curso do dia e da noite
Vou andar um bocado nos caminhos
é pela hora em que não há ninguém
nudez desprevenida dos meus dias
mas só de noite desço até ao mar após
as sete horas da tarde hora crepuscular
os cheiros confortáveis e antigos
imagens dum lirismo fraudulento
um conforto algum tanto apreensivo
coisas que desde a infância a construíam
Mudo de opinião continuamente
espero o teu regresso pela tarde
e cuidadosamente velo a minha cólera
A vida é para mim pesar de pálpebras
leitura de discursos no outono
na casa abandonada e submetida à chuva
Regresso afinal aos próprios hábitos
sorrisos de mulheres sobre a areia
sou fiel à tristeza e pouco mais
e meto então um lenço num dos bolsos
que cheira ao perfume dos pinheiros
Ave de alarme sou deixem-me só
sou um contemporâneo assisto a tudo
os sinos vesperais nos dias de verão
o cão que passa numa encruzilhada
um cântaro que racha inexplicavelmente
confundido no hálito do mar
a minha saudação aos infantes do medo
crianças que iniciam o andar (...)"

ruy belo

domingo, 26 de setembro de 2004

não dá para acreditar

fernando negrão diz que é preciso fazer mais pela protecção das crianças em risco. que surpreendentes declarações, doutor.

como chegou a essa brilhante conclusão? também foi visitar a figueira?

diz-lhes, senhor

não é apenas chocante a romaria domingueira a figueira, portimão, local da tragédia de joana.

é nojento. as pessoas que lá foram não sabem o que fazem.

quinta-feira, 23 de setembro de 2004

há um ano



"nunca o verão se demorava assim nos lábios e na água.
como podíamos morrer, tão próximos e nus e inocentes?"

eugénio de andrade

terça-feira, 21 de setembro de 2004

na sombra



as tuas palavras são luz.

domingo, 19 de setembro de 2004

revelações de fim de semana

"everybody says i'm a lonesome kind of guy
i've been defeated by them all
if they can find me
i'm done
everybody knows that it really doesn't matter at all
all the good things that I've done
i'm up against the wall
how come my file has been deleted"

phoenix - alphabetical

sexta-feira, 17 de setembro de 2004

como te chamas?

perdi o meu nome quando o disseste pela última vez mas podes chamar-me silêncio. não o poderás dizer na cidade nem no mar porque é um nome sem som. nessas alturas chama-me ausência, porque eu não estarei lá para te ouvir. as árvores e os pássaros falarão por mim. entrega-lhes o meu nome que levaste ao partir.

domingo, 12 de setembro de 2004

porque é que demoraste tanto?



o regresso, andrei zvjagintsev

quarta-feira, 8 de setembro de 2004

paisagem

sem ti, há poucas coisas que façam sentido. talvez a poesia, o silêncio, o céu da tarde. talvez o mar. mas as cores são diferentes. a tua luz desapareceu.

e vives em mim sem eu querer, como uma paisagem que me deslumbra de súbito.

(o que é o amor?)

idealista, eu?

gosto do manuel alegre. gosto das suas palavras de esperança. e se ele um dia governasse, gostava de ver. gostava. talvez para sorrir um dia ao olhar para o meu país e para quem o governa. sem sebastianismos. com clareza e acutilância de espírito.

sim, o meu maldito idealismo teima em se afirmar.

sexta-feira, 3 de setembro de 2004

resposta

"- até quando vais ficar assim?
- não sei.
- não sabes?
- não.
- nem uma previsão?
- a meteorologia anuncia os teus sorrisos?"

quarta-feira, 1 de setembro de 2004

prece

às vezes, mesmo ao falar de deus eu me esqueço de deus, como escreveu ruy belo. esqueço-me do seu amor infinito. esqueço-me de que ao olhar por mim e ao me dar a sua mão, sempre, eu sou melhor. depois do esquecimento rezo. posso acreditar então que a felicidade é estar junto dele. é esperar com ele pelos dias bons.

terça-feira, 31 de agosto de 2004

fim de férias

e agosto termina sem certezas.

terça-feira, 17 de agosto de 2004

até setembro

regressei ontem e parto de novo depois de amanhã. agosto será definitivamente para mim um mês de rio, de pouco tempo em margens.

sexta-feira, 6 de agosto de 2004

até já

parto amanhã para taizé. talvez um dos locais da minha vida. sei o que procuro. não sei o que vou encontrar. e isto é a vida. na sua mais sincera simplicidade. e a vida e eu somos isto. partir à procura. não sabendo o que encontrar. e basta. é o suficiente. estou cansado. preciso de estar em silêncio. aprender a respirar. aprender novamente a partir.

como não sei quando poderei voltar a escrever digo apenas. até já.

domingo, 1 de agosto de 2004

no reino de moore



considerar este filme um trabalho de grande qualidade não significa que moore atinja o seu principal objectivo: convencer-nos de que a verdade das coisas é a luz captada pelas sua câmara de filmar.
de facto, o que moore nos traz em fahrenheit 9/11 é uma excelente peça de propaganda em que assusta a possível veracidade de tudo o que é transmitido. assusta sobretudo porque vemos retratado o que toda a gente sabia mas fingia não ver com olhos de ver. daí talvez as palmas no final (um pouco estranho) da imensa plateia que enchia a sala do monumental num domingo à tarde.
é cinema, perguntam alguns. claro, como casablanca o foi. como o pátio das cantigas da lisboa solarenta e fadista o foi. mas é uma propaganda sem disfarce, desafiando o poder republicano.

nem que teresa kerry fosse a madre teresa de calcutá, o candidato democrata teria mais apoio do que com o sucesso e o impacto brutal deste filme. moore tem a arma que todos os opositores quereriam ter. a astúcia de pôr a nu a miséria de um homem que se torna a desgraça de um país.

sexta-feira, 30 de julho de 2004

último adeus

"abraço-te com força antes da morte
sorriso frio com suor ao meio
olhos parados pela curiosidade
a face fácil da destruição
vestido que te leva quando o teu corpo suave
malvada cor de malva que me salva
antes que me dissolva na sonora selva
das cores da alva aonde o sol já silva
adeus regaço de que a custo me despeço"

ruy belo - a margem da alegria

adeus

deixa. o silêncio substitui-nos para sempre.

mas há alguém que acredite nisto?

santana lopes é o primeiro-ministro de portugal. milhares de pessoas (sôfregas) pagam, no mínimo, doze contos (!) para ver a madonna. o vocalista dos fingertips tem 16 anos de idade e a sua escritora favorita é margarida rebelo pinto. paulo portas é o primeiro-ministro-sombra de portugal. milhares de pessoas deslocam-se a grande velocidade para o algarve para auxiliar no combate aos fogos (ah, desculpem, para passar férias).
num país onde se compram submarinos e não canadair, tudo pode ser mesmo possível. comovemo-nos com o euro, com as lágrimas de ronaldo e as mãos nuas de ricardo, mas não vertemos uma lágrima pela população de cova da muda, onde o filipe, sozinho, conseguiu que o fogo não engolisse a povoação.

és grande, filipe.

quinta-feira, 29 de julho de 2004

interiormente

e qual a razão de fundo para me sentir assim? não conseguir resolver os dois ou três problemas que me perturbam a que acresce a ausência de sentido que grassa nestes dias. e também a distância que sinto em relação a mim. chega?

(nada disto se relaciona de uma forma clara com o facto de ter gostado muito de ouvir hoje o manuel alegre na rtp1. gostei muito. haja esperança. haja sonho.)

terça-feira, 27 de julho de 2004

na margem da alegria

há duas ou três coisas que precisava de resolver. (penso enquanto olho o rio, deixo-me vencer pelo cansaço, fecho os olhos...)

segunda-feira, 26 de julho de 2004

monólogo

porque é que não falamos se a vida pode acabar amanhã? porquê? porque é que o silêncio não se transforma em tempo? tempo para olhar-te nos olhos. para te explicar como tem sido a minha vida. para te contar como tantas vezes o céu tem o teu rosto e o sol me sorri com o teu nome nos lábios. mas porquê? se a vida podia ser simples e não é. se a vida termina abruptamente e tudo parece incompleto. se nunca te tive e tantas vezes te perdi.

sexta-feira, 23 de julho de 2004

na morte de paredes

os dez dedos que tocaram portugal nunca conseguiram esconder a profunda tristeza de um homem, de um país. na sua partida digo apenas obrigado. que não seja um dia preciso que outros como paredes pratiquem num pente a sua arte, encerrada numa prisão pelo fascismo. esta é a liberdade maior. a que vem na nota de uma guitarra.

quinta-feira, 22 de julho de 2004

questão pertinente

e se a espera não tiver fim, terá valido a pena?

quarta-feira, 21 de julho de 2004

o estado a que isto chegou

confesso. fui ao ikea. fui. fui mesmo. não era mais do que a minha obrigação de filho. e fui. e descobri coisas muito interessantes. os portugueses devem ser doidos ou masoquistas. doidos se gastarem o seu dinheiro com o mesmo entusiasmo com que anotam todas as referências, se deitam uns bons momentos nas camas ou descansam alegremente de pés descalços nos sofás. masoquistas se fazem isto tudo sem ter dinheiro para tal. o que é que querem? os portugueses estão felizes. não estão a ver a causalidade directa entre santana no poder e comprar uma nova estante para a sala? dizem que os espanhóis gostam de mexer em tudo. aos portugueses apenas não deixaram mexer durante muitos anos. agora é um ver se te avias. a animação é tal que roça o absurdo. roça e irrita. sobretudo quando a luz se apaga subitamente e as pessoas não perguntam se aconteceu alguma coisa grave. perguntam apenas: "isto não vai fechar pois não".  não, não vai fechar nunca. haverá sempre mais.

segunda-feira, 19 de julho de 2004

nascimento

por vezes lembro certos dias felizes em que a frescura da manhã se deixava invadir pelo sol de junho. como caminhava de olhar baixo. com a certeza de que estarias no mesmo sítio de sempre no momento preciso em que levantasse a cabeça.

mais ruy belo (sempre?)

"o amor só se conserva quando a solidão
de cada um dos dois é respeitada
mesmo que isso exija a implacável destruição
dos que não deixariam de se destruir
se dessem um ao outro a mínima das mãos"
 
encontro de garcilaso de la vega com dona isabel freire, em granada, no ano de 1526

sábado, 17 de julho de 2004

surpresa

é estranho ler o nome de taizé no expresso, na surpresa de saber que maria de lurdes pintasilgo estava na oração da manhã da comunidade quando soube da notícia do 25 de abril. estranho ver como tudo está tão próximo de nós. tão longe do que nos separa.

para que serve o poder?

a experiência é saber como as coisas aconteceram. saber que nada se repete. saber que pouco sabemos. esperar. ponderar. decidir.

vestígios


 
"deixo passos deambulantes em cidades cintilantes"

sexta-feira, 16 de julho de 2004

declaração de princípios

"eu canto os amores e a morte a apoteose e a sorte"
 
ruy belo

acima de tudo uma homenagem

a margem da alegria de ruy belo é um dos poemas maiores da poesia portuguesa. sem pretensões de dizer algo de novo, este blogue é apenas uma homenagem a esse longo respirar.
 
assim, estamos desde hoje na margem da alegria. em busca das palavras e dos silêncios. em busca de inês e de pedro. junto ao mondego ou no tejo. até quando estaremos aqui? até quando?