sábado, 29 de julho de 2006

bendito sejas, santo agostinho

saio alegremente para férias. vou para a praia e para o campo na companhia de amigos, família, etc, etc. estas férias terão de tudo um pouco e espero que tenham sobretudo muita evasão. as férias são basicamente isso: fugir. não digo que nessa fuga não tenhamos encontro marcado com muitos sítios e locais. mas quem repete a sua vida quotidiana nas férias, não está de férias. está apenas noutro sítio. estar de férias é querer fugir e, ao mesmo tempo, estar disposto a encontrar coisas novas. simples, não é?

desejo a todos umas boas férias! volto em setembro.

terça-feira, 25 de julho de 2006

voice mail

o que eu mais gostaria de ouvir de ti era a confissão de que me telefonas sempre que sabes que não está ninguém na minha casa. apenas para ouvires a minha voz na gravação. o amor seria feito desses pequenos pormenores.

quarta-feira, 19 de julho de 2006

do final do evangelho de joão

Depois de terem comido, Jesus perguntou a Simão Pedro: «Simão, filho de João, tu amas-me mais do que estes?» Pedro respondeu: «Sim, Senhor, Tu sabes que eu sou deveras teu amigo.» Jesus disse-lhe: «Apascenta os meus cordeiros.» Voltou a perguntar-lhe uma segunda vez: «Simão, filho de João, tu amas-me?» Ele respondeu: «Sim, Senhor, Tu sabes que eu sou deveras teu amigo.» Jesus disse-lhe: «Apascenta as minhas ovelhas.» E perguntou-lhe, pela terceira vez: «Simão, filho de João, tu és deveras meu amigo?» Pedro ficou triste por Jesus lhe ter perguntado, à terceira vez: 'Tu és deveras meu amigo?' Mas respondeu-lhe: «Senhor, Tu sabes tudo; Tu bem sabes que eu sou deveras teu amigo!» E Jesus disse-lhe: «Apascenta as minhas ovelhas. *Em verdade, em verdade te digo: quando eras mais novo, tu mesmo atavas o cinto e ias para onde querias; mas, quando fores velho, estenderás as mãos e outro te há-de atar o cinto e levar para onde não queres.»
E disse isto para indicar o género de morte com que ele havia de dar glória a Deus. Depois destas palavras, acrescentou: «Segue-me!»
Pedro voltou-se e viu que o seguia o discípulo que Jesus amava, o mesmo que na ceia se tinha apoiado sobre o seu peito e lhe tinha perguntado: 'Senhor, quem é que te vai entregar?' Ao vê-lo, Pedro perguntou a Jesus: «Senhor, e que vai ser deste?» Jesus respondeu-lhe: «E se Eu quiser que ele fique até Eu voltar, que tens tu com isso? Tu, segue-me!»
Foi assim que, entre os irmãos, correu este rumor de que aquele discípulo não morreria. Jesus, porém, não disse que ele não havia de morrer, mas sim: «Se Eu quiser que ele fique até Eu voltar, que tens tu com isso?»

Este é o discípulo que dá testemunho destas coisas e que as escreveu. E nós sabemos bem que o seu testemunho é verdadeiro.
Há ainda muitas outras coisas que Jesus fez. Se elas fossem escritas, uma por uma, penso que o mundo não teria espaço para os livros que se deveriam escrever.

domingo, 16 de julho de 2006

a tua janela

durante muitos anos, sempre que passava perto da tua rua, reconhecia a tua janela. era fácil: bastava contar o número de janelas desde que a fila de prédios começava até vislumbrar luz ou a altura das persianas. mas hoje esqueci esse número, e ao passar nessa rua, relembro que, para além de já ali não morares, nem sequer sei de que janela se trata. é este o princípio e o fim dos hábitos. uma questão de memória.

quinta-feira, 13 de julho de 2006

aniversário

ontem cumpriram-se três anos desde que entrámos no maravilhoso mundo da blogosfera. Até há dois anos estivemos no blogue "ao longo da avenida" e depois neste "na margem da alegria". o que dizer? olhem, já tive mais tempo para isto! que me perdoem as duas ou três pessoas que me lêem. não tenho podido escrever mais. obrigado aos amigos que têm blogues pelo que me inspiram. os nomes estão na coluna da esquerda. leiam-nos. eles valem a pena.

terça-feira, 11 de julho de 2006

mailbox

não ter um endereço de correio electrónico é, nos dias de hoje, o mesmo que não morar em parte alguma. não ter casa. ser um sem-abrigo na noite do choque tecnológico.

da relação directa com a escritura

o evangelho de joão não sai da minha cabeceira há meses. o fiozinho vermelho que serve de marcador assinala o encontro de jesus com a samaritana: em espírito e em verdade é que se adora. joão, o evangelista do amor, faz-me redescobrir, em cada noite, o mistério daqueles homens e mulheres.

cheira mal, muito mal

saudamos efusivamente o regresso dos mal-cheirosos à actualidade blogosférica nacional.

quinta-feira, 6 de julho de 2006

adieu

Haverá vento ainda haverá vento?
O ramo do salgueiro à noite sobre o Sena
acena-me que sim
E neste extremo de ilha à dor posterior
por momentos esqueço-me de mim
A noite existe e a vida vale este momento
Verdes colinas de África jardins ó vida que se quer
mistério de mulher como a possível estrada
aberta à dor intransmissível de não dar
a confusa cabeça à prometida madrugada
Nascer morrer por dentro o que se for por fora
A hora é decisiva como um sacramento
Cão de verdade à ponta do nariz
eu cumpro o meu dever de conhecer Paris
e cada verso meu imola uma pessoa

ruy belo
"guide blue", vita beata in boca bilingue

segunda-feira, 3 de julho de 2006