terça-feira, 27 de maio de 2008

Silêncio e amor

Cristo diz: «É este o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros como eu vos amei» (João 15,12). Precisamos de silêncio para acolher estas palavras e pô-las em prática. Quando estamos agitados e inquietos, temos tantos argumentos e razões para não perdoar e para não amar facilmente. Mas quando temos «a nossa alma em paz e silêncio», estas razões desaparecem. Talvez por vezes evitemos o silêncio, preferindo-lhe qualquer barulho, palavras ou distracções quaisquer que elas sejam, porque a paz interior é uma questão arriscada: torna-nos vazios e pobres, dissolve a amargura e as revoltas e leva-nos ao dom de nós mesmos. Silenciosos e pobres, os nossos corações são conquistados pelo Espírito Santo, cheios de um amor incondicional. De forma humilde mas certa, o silêncio leva a amar.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

da escuridão

o problema de falharmos inapelavelmente na vida (parafraseando ruy belo) não é a vida ser posta em causa. ou o seu sentido. o problema é mesmo o falhanço. ou a falha. que é o mesmo que dizer: não sopra uma brisa sequer. não há um único raio de luz. é a escuridão e o deserto cálido na sua máxima plenitude.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

estado puro

dizias-me às vezes que não sabias amar. que amavas demais. que não amavas o suficiente. que tudo te parecia sempre insuficiente. quanto tempo nos podemos desencontrar mais nas ruas da cidade, que não seja sempre o tempo da certeza do reencontro. agora aqui. digo-te sem hesitações. não procures. não vale a pena. o amor não tem uma medida. existe, parece-me que existe. de uma forma simples e confusa. suave e arrebatadora. o amor é a vida sem limites. a vida em estado puro.