quarta-feira, 29 de junho de 2005

ressentimento de ex-namorado

casaste. tens um cão. de que precisas mais para ser feliz. olha. vê lá se ligas qualquer dia. quando o cão for pai. talvez.

terça-feira, 28 de junho de 2005

uma música

descanso nos teus gestos (ou nem sequer saberia voltar a caminhar). é bom voltar a escutar o meu coração. ouvi-lo dizer o teu nome.

derivações com junho a terminar

é noite de s. pedro. gosto mais do joão. o apóstolo do amor. mas também do antónio, o da minha cidade e que consta ter pregado como ninguém. gosto dos santos. deste catolicismo primaveril. de santos amigos do povo, como o mfa de há trinta anos. gosto das sardinhas e do pão. dos bailaricos em qualquer beco sem saída. uma espécie de portugal alegre, que baila sem de lá poder sair. que alegria, meus santinhos. cá vamos andando, catolicamente felizes. tantas divindades transformadas. tantas guerras com os iconoclastas. tanta confusão com os racionalistas. para quê?

diz-me lá, meu santo antoninho, quando me dás um manjerico com umas quadras bem divertidas?

verdade, verdadinha XIII

nunca fui grande fã do blogue (porque me pareceu sempre já ter lido aquilo noutro lugar), mas o recente caso do barnabé prova, de forma exemplar, que vivemos depressa demais. "pra'aí à volta de alguns kb por segundo". e assim como se vive, assim se terminam as relações. à velocidade da luz. e já agora, com a banda bem larga. "qu'é como se quer".

que falta de chá, meus senhores.

verso sobre foto



por que porta entraste que não te vi entrar

segunda-feira, 27 de junho de 2005

verdade, verdadinha XII

dantes sabia-se os nomes das ruas. conheciam-se vielas, becos e esquinas. hoje, a realidade resume-se, apenas ou quase, aos favoritos do explorer e a meia dúzia de endereços que ficaram gravados sem querer.

em que cidade afinal vivemos?

memories remain

em certas tardes de verão, recordo-me de te ver, pensativa, junto a um rio vagaroso (a luz do sol morria lentamente). recordo-me, como se fosse agora, de mergulhar duas ou três vezes no teu olhar. ouvir os miúdos ao longe. sonhar com o mesmo rio, a mesma tarde, num qualquer sítio onde fosse possível amar-te. sentir no cheiro molhado do entardecer a fragância quase pura da felicidade.

domingo, 26 de junho de 2005

lisboa, à noite

dizer-te duas ou três frases, há muito presas em mim, sem conseguir olhar-te nos olhos, é razão mais do que suficiente para ser impossível reclamar aquele beijo que os teus lábios me prometem quando penso em ti.

ah, "se eu fosse a tua pele"...

quinta-feira, 23 de junho de 2005

da minha rua

é defronte dos edifícios que assumimos a nossa irremediável condição. pedras frias, gastas, imponentes. tão distantes dos nossos corações sobressaltados em vidas de permanentes mudanças. o que é então a eternidade. fixar o meu olhar num poema, por exemplo. um qualquer dia próximo. captar a luz da minha janela. prender em palavras que só uma percentagem mínima da população mundial compreenderá com facilidade.

recostar-me na cadeira. ver a noite surgir das paredes alvas.

quarta-feira, 22 de junho de 2005

amor combate

é bom ouvir os amigos do tempo das garagens, caves e arrecadações plenas de energia. recordar a alegria de fazer uma música. a adrenalina de a mostrar a estranhos. a paciência de a gravar numa única vez, sem possibilidade de enganos.

parabéns, companheiros.

terça-feira, 21 de junho de 2005

para ti

saber que me leste, pelo menos uma vez, é razão mais do que suficiente para continuar. porque há tantas coisas que me parece só aqui poderem ser escritas. porque talvez apenas aqui possas compreender o outro que sou. o que descansa na margem da alegria. o que espera pacientemente por ti.

segunda-feira, 20 de junho de 2005

domingo, depois de tudo

"All i see are dark grey clouds
In the distance moving closer with every hour
So when you ask "was something wrong?"
That i think "you're damn right there is but we can't talk about it now.
No, we can't talk about it now."

So one last touch and then you'll go
And we'll pretend that it meant something so much more
But it was vile, and it was cheap
And you are beautiful but you don't mean a thing to me
Yeah you are beautiful but you don't mean a thing to me"

Tiny Vessels - Death Cab For Cutie

domingo, 19 de junho de 2005

num qualquer sítio

conta lá por andaste, princesa. deixa-me sentir o que cresceste. cresce comigo. deixa-me crescer contigo. fica mais um pouco. conversa comigo.

até amanhã, camaradas

o camarada vaz, pneumónico e cambaleante, diz para a sua companheira - breves minutos depois de terem evitado a prisão pela pide e enquanto descansavam:
- vamos rosa, temos de ir mudar o mundo... não podemos fazer paragens tão longas...

que pena as utopias estarem tão longe dos homens.

sexta-feira, 17 de junho de 2005

o sentido da poesia

com tantas mortes e crises, tantas desilusões e angústias, quase me esqueci de ser adolescente. de acreditar que posso mudar o mundo já amanhã.

queria olhar o mar. provar o sal. dizer as palavras.

segunda-feira, 6 de junho de 2005

verdade, verdadinha XI

ter o plugin do messenger é uma mistura entre o tradicional escutar numa parede com um copo de vidro e o clássico espreitar pelo buraco da fechadura. é fácil saber quando te dirijo a palavra e tu fechas a janela de conversação.

quinta-feira, 2 de junho de 2005

the modern life

a distância é a medida certa do egoísmo, do isolamento, da fruição do hedonismo, da prova de uma felicidade breve, de uma alegria inútil. e foi nisto que nos tornámos.

um telegrama de balanço

caminho sozinho. uma constatação. meados de 2005. tenho saudades do verão. tenho medo do verão. até quando. stop.

verdade, verdadinha X

diz-me o que escreves na "janelinha" do google e dir-te-ei quem és.