quinta-feira, 1 de setembro de 2005
não é o sol apenas que morre
não é o sol apenas que morre
ao largo de stari grad
não é a luz que desliza
desenhando pequenas ondas
que vêm até mim
não é o céu demasiado largo
em tonalidades tão infinitas
quanto a imensidão da luz
não são as crianças que brincam
que dão os últimos mergulhos
antes do regresso a casa
não é a impossibilidade de tudo
abraçar de tudo poder fazer
de uma só vez
não são as árvores que assistem
impávidas ao entardecer
não são os barcos que regressam
das longas viagens pelo adriático
não é tudo isto o que vejo
não pode ser isto apenas o que vejo
eu vejo o amor
é sempre para ele que olho
quando penso em ti
quando estás presente
mesmo neste sítio longínquo
onde provavelmente nunca virás
só existe o amor
só tu existes em mim
como uma luz que fenece
na distância que parece
não aumentar de nos
separar
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