quarta-feira, 13 de setembro de 2006

das salsichas enlatadas e seus consumidores

há blogues onde me chamam ecuménico sem talvez saberem o que isso quer dizer. há pessoas que me julgam pelo meu blogue apesar de nunca me terem realmente conhecido. e eu, perante isto, o que digo?
pouco posso dizer, caros amigos. há pessoas que valem nada ou tão pouco que mais parecem dias de chuva no meio das férias de verão. um grande aborrecimento que se supera com um bom livro ou uma boa conversa. ou um belo almoço enquanto a chuva sibila no mar. ou seja, essas pessoas não têm importância. reforçando a expressão: não têm importância nenhuma.

os mais atentos dirão que este post lhes confere alguma importância. é certo. mas o nada também tem a sua narrativa. e esta conversa já é longa, caros amigos. começou com umas cartas anónimas na era pré-internet, com uma escrita bastante criativa. o que pode ser mais reles do que alguém que nos envia cartas anónimas?

1 comentário:

Anónimo disse...

Assumidamente não gosto de salsichas:

Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.

Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.

Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.

Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.

Sophia de Mello Breyner Andresen