terça-feira, 4 de novembro de 2008

a bordo do romilda, mar egeu - 11 de Agosto de 2008



um homem pára no cimo das escadas
com uma mão apoiada no corrimão
sorri no segundo em que abro os olhos
como pode haver tanta gente a dormir
no chão ondulante deste navio - pergunta
não que eu ouvisse a sua voz
nem a de qualquer outra pessoa que
já passou por aqui e sorriu
mas sinto todas essas vozes
todos esses sorrisos que por aqui
aqueles que foram felizes passaram
porque neste chão neste barco nesta noite
estão todas essas vozes e sorrisos
que numa voz doce sussurram o nome
da liberdade de um abrir de braços
capaz de abraçar o mar e todas as
terras por onde passamos e
nunca ficamos
pois em todas as viagens que
experimentam a liberdade
há uma harmonia de vozes e sorrisos
de corpos deitados no chão da noite
embalados pelo romilda por todos
os navios e comboios que levam os
viajantes que não têm pressa de
chegar
que vão onde o vento os levar
e nesse ser alado repousam as suas
forças para poderem caminhar sorrir
fazer ouvir a voz da felicidade
da alegria de hoje estar aqui
e amanhã nada se poder repetir

1 comentário:

Leonor disse...

este texto está incrivelmente bonito