segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

dos versos perdidos por aí

ler palavras e versos antigos faz-nos lembrar como fomos. depois parece que houve um regime que nos foi secando por dentro e nos emudeceu sem explicação. quando chove na nossa vida, as barreiras rompem-se e o rio torna-se violento. e as palavras não cabem nas margens. transbordam. perdem-se. nunca mais as voltamos a encontrar. o que ficou são uma meia dúzia de papéis que alguém guardou com carinho. e um dia, quando as lemos, lembramos sempre que não sabemos a razão da carestia que tivemos de ser capazes de suportar.

3 comentários:

maria morais disse...

Mas o que o vento leva
voltará, um dia, quando o sol limpar a areia das dunas, e as suas palavras surgirem por entre conchas e pedras, para que o ruído das cigarras as esconda na paisagem
em que o mar se vê.

nuno júdice

será breve o tempo das palavras?

Anónimo disse...

Verdade! Não apenas palavras, mas imagens tbm. Ler as palavras e ver as imagens antigas não mais parecem transmitir os mesmos sentimentos daquele momento. Algo se perde, mesmo.

Belo texto. Abraços o/

Abigobaldo disse...

Algumas coisas as quais não lembramos totalmente, são como reflexos num espelho borrado. Pessoas, lugares, amores.