sexta-feira, 8 de abril de 2005

pela rua do abandono

porque é que tens medo de amar
se a vida te espera lá fora
e os rostos iluminados
aguardam as tuas palavras?

deixa para trás a chuva dos dias
de inverno, longos e cinzentos
olha como as árvores sorriem
no verde claro e escuro ao fundo da rua

caminha nessa direcção
sem hesitares e confia
que as pedras dos muros alvos
te guardam os gestos

que os seixos dos mil ribeiros
te protegem do mal
como quem ama sem saber amar
ou confia mesmo sem acreditar

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