terça-feira, 8 de março de 2005

era noite

era noite
(e não é sempre noite quando escrevo?)
era noite, dizia
era sempre a mesma noite
esse espaço e esse meu tempo
longo e difuso
como um fechar de olhos que se prolonga
para lá da luz

era noite e as palavras eram árduas
magoavam a luz que teimava
persistir
insistentemente
persistindo na brancura do vazio
(écran ou papel?)

era noite, dizia
e pouco mais nada podia
do que dizer ou escrever
que era noite

era noite o que sentia

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