quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
feliz natal
e depois o que fica? o perdão vence ao olharmos para o menino. tudo passa no verbo que se faz carne. naquele olhar, naquela tranquilidade. uma criança apenas. como foi possível? como chegámos aqui? o que procurávamos? tudo passa no silêncio daquele milagre. de um menino sem voz que nos fala sem cessar. mesmo na nossa eterna surdez.
feliz natal.
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
de tantos começos
de novo o princípio. precipita-se o fim da espera. sei que fica já um gosto amargo pelos passos atrás que havemos de aceitar. é assim necessariamente que percebemos a distância do caminho (para a frente, para trás). fica também um travo triste por aqueles que não vendo a alegria, permanecem na birra de um tempo que acabou. são esses por quem choro (pelos seus gestos gastos). são esses que me fazem ainda olhar um instante por cima do ombro. a alegria é frágil. sim. por isso precisamos dos outros para sermos felizes.
deixa isso. vamos. a noite espera-nos.
deixa isso. vamos. a noite espera-nos.
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
sábado, 26 de setembro de 2009
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
terça-feira, 14 de julho de 2009
contigo aqui
turn your lights down low
and pull your window curtains
oh, let jah moon come shining in
into our life again
sayin: ooh, its been a long, long (long, long, long, long) time
i kept this message for you, girl,
but it seems i was never on time
still i wanna get through to you, girlie,
on time - on time.
i want to give you some love (good, good lovin)
i want to give you some good, good lovin (good, good lovin)
oh, i - oh, i - oh, i,
say, i want to give you some good, good lovin (good, good lovin)
turn your lights down low
never try to resist, oh no!
oh, let my love come tumbling in
into our life again,
sayin: ooh, i love ya!
and i want you to know right now,
i love ya!
and i want you to know right now,
cause i - that i -
i want to give you some love, oh-ooh!
i want to give you some good, good lovin
oh, i - i want to give you some love
sayin: i want to give you some good, good lovin
«turn your lights down low»
bob marley
exodus
1977
and pull your window curtains
oh, let jah moon come shining in
into our life again
sayin: ooh, its been a long, long (long, long, long, long) time
i kept this message for you, girl,
but it seems i was never on time
still i wanna get through to you, girlie,
on time - on time.
i want to give you some love (good, good lovin)
i want to give you some good, good lovin (good, good lovin)
oh, i - oh, i - oh, i,
say, i want to give you some good, good lovin (good, good lovin)
turn your lights down low
never try to resist, oh no!
oh, let my love come tumbling in
into our life again,
sayin: ooh, i love ya!
and i want you to know right now,
i love ya!
and i want you to know right now,
cause i - that i -
i want to give you some love, oh-ooh!
i want to give you some good, good lovin
oh, i - i want to give you some love
sayin: i want to give you some good, good lovin
«turn your lights down low»
bob marley
exodus
1977
quarta-feira, 8 de julho de 2009
terça-feira, 7 de julho de 2009
domingo, 5 de julho de 2009
não me perguntes porquê, é domingo à noite
there's a natural mystic blowing through the air
if you listen carefully now you will hear
this could be the first trumpet, might as well be the last
many more will have to suffer
many more will have to die - don't ask me why
things are not the way they used to be
i won't tell you no lie
one and all have to face reality now
though i've tried to find the answer to all the questions they ask
though i know it's impossible to go living through the past
don't tell no lie
there's a natural mystic blowing through the air
can't keep them down
if you listen carefully now you will hear
bob marley
«natural mystic» - exodus
1977
foto: pôr-do-sol em staru grad, hvar, croácia
segunda-feira, 29 de junho de 2009
afadistado
O Benfica é o clube mais afadistado, mais chula, mais azeiteiro de Portugal. Basta haver um clube como o Benfica para toda a gente perceber que há qualquer merda em Portugal que não bate bem. O Benfica é a maior gosma de Portugal e arredores, incluindo as cagarras das Berlengas e das Desertas.
ler o resto aqui.
ler o resto aqui.
sexta-feira, 26 de junho de 2009
mj (1958-2009)
people always told me be careful of what you do
and dont go around breaking young girls hearts
and mother always told me be careful of who you love
and be careful of what you do cause the lie becomes the truth
and dont go around breaking young girls hearts
and mother always told me be careful of who you love
and be careful of what you do cause the lie becomes the truth
quarta-feira, 17 de junho de 2009
a vida será indistinta virá até nós como árvores
Um dia alguém numa grande cidade longínqua dirá que morri
di-lo-á decerto com pena mas sem o alívio que eu próprio decerto senti
primeiro ao solucionar de vez esse problema de respiração que a vida é
desde a convulsão da criança que a meio do copo deixou ir leite para a traqueia
até a instantânea atrapalhação do mergulhador a quem de súbito falta o ar comprimido
só dispõe da reserva e lhe faltava tanto que ver no fundo sonhador do mar
depois senti alívio porque às vezes a meio por exemplo da aragem na face
eu pensava na morte como problema metafísico a resolver pelo menos com higiene
se não com dignidade com acerto como mais um problema à medida do homem
Eu estava do lado dos vivos estou do lado dos mortos
o grande problema era saber se me doía ou se não me doía
agora nem sei se me doeu ou não ou fui um mero espectáculo de mau gosto
para a única pessoa encarregada de me ajudar nesse momento
Ninguém a princípio terá sabido que eu morrera só minha
mulher avisada de longe virá e me porá a mão sobre a testa
os demais não não disponho do olhar para me defender
o tempo depressa se passa são trâmites legais até me terem deixado
debaixo do chão bem debaixo do chão sem frases lidas
ou gravadas sem sentimento nenhum
Uns dias depois um pequeno grupo junto a uma grande janela
olhará a neblina da manhã de janeiro
e terá mãos que eu tive para os meus problemas de vivos
Onde eu estive sobre uma mesa com uma perna cruzada
suaves começarão a suceder-se e acumular-se os dias
como cartas revistas linguísticas ou livros adormecidos
despertos apenas no momento fugaz da leitura
A vida será indistinta virá até nós como árvores
rodará em volta como um lençol até cobrir-nos os ombros
Falareis de mim não posso impedir que faleis de mim
mas já nada disso me pesa como o simples facto de ter de ser vosso amigo
Estou só e só para sempre e só desde sempre
mas antes por direito de opção. Agora não
Deixaram-me aqui doutor em tantas e tão grandes tristezas portuguesas
e durmo o sono das coisas convivo com minerais preparo a minha juventude definitiva
Era como eu esperava mas não posso dizer-vos nada
pois tendes ainda o problema e a cara da pessoa viva
ruy belo
di-lo-á decerto com pena mas sem o alívio que eu próprio decerto senti
primeiro ao solucionar de vez esse problema de respiração que a vida é
desde a convulsão da criança que a meio do copo deixou ir leite para a traqueia
até a instantânea atrapalhação do mergulhador a quem de súbito falta o ar comprimido
só dispõe da reserva e lhe faltava tanto que ver no fundo sonhador do mar
depois senti alívio porque às vezes a meio por exemplo da aragem na face
eu pensava na morte como problema metafísico a resolver pelo menos com higiene
se não com dignidade com acerto como mais um problema à medida do homem
Eu estava do lado dos vivos estou do lado dos mortos
o grande problema era saber se me doía ou se não me doía
agora nem sei se me doeu ou não ou fui um mero espectáculo de mau gosto
para a única pessoa encarregada de me ajudar nesse momento
Ninguém a princípio terá sabido que eu morrera só minha
mulher avisada de longe virá e me porá a mão sobre a testa
os demais não não disponho do olhar para me defender
o tempo depressa se passa são trâmites legais até me terem deixado
debaixo do chão bem debaixo do chão sem frases lidas
ou gravadas sem sentimento nenhum
Uns dias depois um pequeno grupo junto a uma grande janela
olhará a neblina da manhã de janeiro
e terá mãos que eu tive para os meus problemas de vivos
Onde eu estive sobre uma mesa com uma perna cruzada
suaves começarão a suceder-se e acumular-se os dias
como cartas revistas linguísticas ou livros adormecidos
despertos apenas no momento fugaz da leitura
A vida será indistinta virá até nós como árvores
rodará em volta como um lençol até cobrir-nos os ombros
Falareis de mim não posso impedir que faleis de mim
mas já nada disso me pesa como o simples facto de ter de ser vosso amigo
Estou só e só para sempre e só desde sempre
mas antes por direito de opção. Agora não
Deixaram-me aqui doutor em tantas e tão grandes tristezas portuguesas
e durmo o sono das coisas convivo com minerais preparo a minha juventude definitiva
Era como eu esperava mas não posso dizer-vos nada
pois tendes ainda o problema e a cara da pessoa viva
ruy belo
nota do tempo presente
um país parado. viciado. roubado. sitiado. malfadado. azarado. desanimado. destroçado. um país esfomeado de justiça.
sexta-feira, 5 de junho de 2009
quinta-feira, 4 de junho de 2009
no limiar da noite
há uma poesia íntima que conforta a noite. leio e descubro. percorro cada verso como se buscasse a síntese entre o que sou e um mundo confuso e ruidoso de palavras que tantas vezes não querem dizer nada e ali, naquelas folhas que começam a amarelecer, subitamente se articulam numa dança e num jogo tão infantil como as rodas de mãos dadas. ali as palavras falam-me e eu consigo escutá-las. deixo-me estar. é tarde. avanço um pouco mais na meditação do poeta. mergulho nos interstícios daqueles caracteres. deixo-me estar. a noite verdadeiramente começou.
quarta-feira, 3 de junho de 2009
entrecampos
o que importa a razão da noite. esse gesto avassalador. essa sombra que tudo cobre. o que importa o que nasce se a estrada está deserta. se a bem dizer o deserto está dentro de mim. com a sua areia quente e o seu vento armado em gume. volta noite, volta. deixa-me ver como um a um os dias se vão. como estamos sempre mais próximos do fim. mais lúcidos. mais feridos. mais nus. é a morte, só a morte, eu sei. mas e eu. não sou eu também.
terça-feira, 2 de junho de 2009
na ombreira da porta do teu quarto
uma noite. uma imagem. palavras simples. vens de um sono profundo. consegues ver-me? sou esta voz que te preenche. mesmo no teu medo mais inocente, podes contar comigo. não sou o caminho, a verdade ou a vida. sou apenas esta voz. esta voz que vem do escuro. e te preenche. a repetição dos gestos. deus repete muitas vezes os seus gestos.
segunda-feira, 1 de junho de 2009
de uma praia perdida
o tempo como onda que destrói. limando feridas em aresta. escavando sonhos fundos. memórias em forma de espuma que vão e voltam, fazendo esquecer a verdade. onde está o sentido do mar? em que corrente navegamos?
sexta-feira, 29 de maio de 2009
uma imagem na noite
existem vozes por trás de nós que mostram caminhos e rostos. é a hora de decidir. e tudo muda sem sabermos como. mas as vozes permanecem ali. arrumadas, quietas, caladas.
quinta-feira, 21 de maio de 2009
eu caminho e canto pela estrada fora
somos a fachada
de uma coisa morta
e a vida como que a bater à nossa
porta
quando formos velhos
se um dia formos velhos
quem irá querer saber quem tinha razão
de olhos na falésia
espera pelo vento
ele dá-te a direcção
a idade é oca e não pode ser motivo
estás a ver o mundo feito um velho
arquivo
eu caminho e canto pela estrada fora
e o que era mentira pode ser verdade
agora
se o cifrão sustenta a química da vida
porque tens ainda medo de morrer
faltará dinheiro
faltará cultura
faltará procura dentro do teu ser
diz-me se ainda esperas encontrar o
sentido
mesmo sendo avesso a vê-lo em ti
vestido
não tens de olhar sem gosto
nem de gostar sem ver
ninguém é quem queria ser
ninguém é quem queria ser
eu queria ser ninguém
(manuel cruz - foge foge bandido)
de uma coisa morta
e a vida como que a bater à nossa
porta
quando formos velhos
se um dia formos velhos
quem irá querer saber quem tinha razão
de olhos na falésia
espera pelo vento
ele dá-te a direcção
a idade é oca e não pode ser motivo
estás a ver o mundo feito um velho
arquivo
eu caminho e canto pela estrada fora
e o que era mentira pode ser verdade
agora
se o cifrão sustenta a química da vida
porque tens ainda medo de morrer
faltará dinheiro
faltará cultura
faltará procura dentro do teu ser
diz-me se ainda esperas encontrar o
sentido
mesmo sendo avesso a vê-lo em ti
vestido
não tens de olhar sem gosto
nem de gostar sem ver
ninguém é quem queria ser
ninguém é quem queria ser
eu queria ser ninguém
(manuel cruz - foge foge bandido)
quarta-feira, 29 de abril de 2009
da reflexão a partir de uma notícia
jesus cristo, quando nos reunimos em teu nome, tu estás presente no meio de nós. tu, que sofreste e ressuscitaste, dás-nos a paz que nós não podemos dar a nós próprios. tu perdoas e tornas-nos livres; livres para amar.
para receber notícias como esta.
para receber notícias como esta.
quinta-feira, 5 de março de 2009
reunion
Can you sleep as the sound hits your ears
One at a time?
An unspoken balance here
Unabridged for so many years
That I should stare at receivers to receive her
Isn't fair
Don't worry, I'll catch you
Don't worry, I'll catch you
Don't ever worry
Your arms in mine, any time
I wouldn't trade anything
You're still my everything
To my surprise, before my eyes
You arrive
Don't worry, I'll catch you
Don't worry, I'll catch you
Don't ever worry
Still breaking old habits
Habits
You pulled the wool over me
And I can see everything
Everything
Remembering "Jinx Removing"
No need for reminding
You're still all that matters to me
the get up kids - i'll catch you
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009
terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009
dos (quase) trinta
começa-se o dia a ver o rio com o sol a invadir o rosto. descem-se empedrados pela lisboa mais bela. anda-se de eléctrico. estamos junto das pessoas. vemos recantos como pela primeira vez. tudo parece novo mas nunca saímos dali. entra-se assim no último ano antes de perfazer trinta finais de inverno. e um dia de sol como presente por esta dádiva.
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009
segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
do meu humanismo
de que vale ter uma nota máxima um dia, se o zero é o que merecemos - tantas vezes, quase todos os dias - perante aqueles de quem gostamos. um paradoxo insolvente. a merda de um vazio imenso.
quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
um inverno sem sinais de primavera
se não fosse a tua luz
e esse olhar que me conduz
simplesmente era mais um caso perdido
mas foi deus que te enviou
no meu caminho te pôs
para dares à minha vida outro sentido
para acalmares a minha dor
fazeres-me um homem melhor
para me dares a paz que eu nunca tinha tido
e por isso te digo
eu sem ti
quem era eu sem ti?
um eterno vagabundo à tua espera
eu sem ti
quem era eu sem ti?
um inverno sem sinais de primavera
eu era!
se não fosse ter-te aqui
eu seria até ao fim
cavaleiro andante de abrigo em abrigo
um amante sem amar
uma alma sem lugar
uma vida, um coração só e perdido
tu chegaste e eu me encontrei
nem pediste e eu fiquei
e então fui o homem que não tinha sido
e esse olhar que me conduz
simplesmente era mais um caso perdido
mas foi deus que te enviou
no meu caminho te pôs
para dares à minha vida outro sentido
para acalmares a minha dor
fazeres-me um homem melhor
para me dares a paz que eu nunca tinha tido
e por isso te digo
eu sem ti
quem era eu sem ti?
um eterno vagabundo à tua espera
eu sem ti
quem era eu sem ti?
um inverno sem sinais de primavera
eu era!
se não fosse ter-te aqui
eu seria até ao fim
cavaleiro andante de abrigo em abrigo
um amante sem amar
uma alma sem lugar
uma vida, um coração só e perdido
tu chegaste e eu me encontrei
nem pediste e eu fiquei
e então fui o homem que não tinha sido
tony carreira
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