o conceito é simples. visitar os últimos classificados dos vários campeonatos do futebol português. sentir o ambiente. conhecer a gente da terra. fica aqui um top 10 da "liga dos últimos". chamo a atenção para a excelência das personagens a partir do 5º lugar.
segunda-feira, 30 de abril de 2007
a melhor juventude
era primeiro a tarde. tantas tardes. mãos dadas pela primeira vez. um abraço tímido. as vizinhas na janela. a espera. foram tantas esperas. não havia tempo afinal. não havia medo afinal. era a esperança. um sonho. era a capacidade de te ver em todos os sítios por onde tivesses passado. de te pressentir. de saber que aí vinhas. linda. demais. era isto e outras coisas que entretanto deixaram de fazer sentido e por isso as esqueci. esqueci primeiro o teu cheiro. depois o cheiro da tarde. então o amor. e esquecer o amor foi a pior coisa que me podia ter acontecido.
sexta-feira, 27 de abril de 2007
é a reacção
na linha de "bondage" e "portugalmente", a comédia-teatro-intervenção na rua de jel e os seus compinchas. um espaço onde realmente "vai tudo abaixo" (sic radical, quartas, às 23h). para quem não conhece fica um exemplo das minhas personagens favoritas, os "homens da luta".
quinta-feira, 19 de abril de 2007
vem sentar-te comigo, lídia
Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio.
Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos
Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.
(Enlacemos as mãos.)
Depois pensemos, crianças adultas, que a vida
Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa,
Vai para um mar muito longe, para ao pé do Fado,
Mais longe que os deuses.
Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos.
Quer gozemos, quer não gozemos, passamos como o rio.
Mais vale saber passar silenciosamente
E sem desassossegos grandes.
Sem amores, nem ódios, nem paixões que levantam a voz,
Nem invejas, que dão movimento demais aos olhos,
Nem cuidados, porque se os tivesse o rio sempre correria,
E sempre iria ter ao mar.
Amemo-nos tranquilamente, pensando que podíamos,
Se quiséssemos, trocar beijos e abraços e carícias,
Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outro
Ouvindo correr o rio e vendo-o.
Colhamos flores, pega tu nelas e deixa-as
No colo, e que o seu perfume suavize o momento
Este momento em que sossegadamente não cremos em nada,
Pagãos inocentes de decadência.
Ao menos, se for sombra antes, lembrar-te-ás de mim depois
Sem que a minha lembrança te arda ou te fira ou te mova,
Porque nunca enlaçamos as mãos, nem nos beijamos
Nem fomos mais do que crianças.
E se antes do que eu levares o óbolo ao barqueiro sombrio,
Eu nada terei que sofrer ao lembrar-me de ti.
Ser-me-ás suave à memória lembrando-te assim - à beira-rio,
Pagã triste e com flores no regaço.
ricardo reis
sexta-feira, 13 de abril de 2007
terça-feira, 3 de abril de 2007
do sangue frio
ver a morte e não a temer. sentir uma profunda confiança. que espécie de situação é esta? o que me aconteceu?
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