terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

das justificações e dos apelos ao "sim"

não tenho razões para o meu silêncio. tenho andado a fingir que faço uma dissertação de mestrado. tenho andado a fingir que estou atento à campanha do referendo do dia 11. mas não posso fingir (isso não posso) que vou votar sim.

apelo a que votem sim todos os que não aceitam que o estado não regule este problema de saúde pública. mesmo aqueles a quem as mulheres que decidem abortar lhes causam nojo ou as acusam de levianas e pseudo-deprimidas, apelo a que votem sim para acabarmos todos com este negócio sujo, com esta selvajaria que é o aborto clandestino. votar "não" é manter o que está. votar sim é querer a mudança. e eu quero mudar esta lei. eu não quero que no meu país as mulheres sejam presas por abortarem. eu não quero que no meu país elas possam abortar em vãos de escada, sem qualquer controlo, nem desencorajamento, nem apoio. tenho dito.

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