domingo, 25 de dezembro de 2005

outro in no minor

the end of this night we'll remember - it redesigns our lives

anniversary

sábado, 24 de dezembro de 2005

Feliz Natal



Michelangelo Merisi, o Caravaggio
Natividade com São Francisco e São Lourenço
1609

quarta-feira, 21 de dezembro de 2005

carta de amor por vermeer



vou para a semana que vem para milão onde não há qualquer vermeer. convém assim que ofereça esta carta de amor a este blogue. uma prenda de natal antecipada.

notas soltas

é o tempo real. a global informação em tempo real que se mistura com a vida e os beijos por celebrar. um post. o messenger. um livro de correspondência do séc. XIX. arcade fire nas colunas. falta pouco para o natal. não sei bem o que significa para mim. é o tempo real a celebrar o nascimento de jesus. é tudo. é a confusão de tudo.

terça-feira, 20 de dezembro de 2005

poema de natal

Sobre um simples significante

"Meados de janeiro. No aeroporto duma capital
- Leitores eventuais se quereis saber qual
terei de ser sincero como sempre o sou e não apenas em geral:
o caso que vos conto aconteceu no europeu nepal -
um grupo de pessoas num encontro casual
desses que nem viriam no melhor jornal
de qualquer dos países donde alguém de nós seria natural
decerto por alguma circunstância puramente acidental
emprega no decurso da conversa a palvra "natal"
embora a pensem todos na respectiva língua original
E sem saber porquê eu sinto-me subitamente mal
Ainda que me considerem um filólogo profissional
e tenha escrito páginas e páginas sobre qualquer fenómeno fonético banal
não conheço a palavra. Porventura terá equivalente em portugal?
Deve dizer-me alguma coisa pois me sinto mal
mas embora disposto a consultar o português fundamental
ia jurar que nem sequer a usa o leitor habitual
de dicionários e glossários e vocabulários do idioma nacional
e o mesmo acontece em qualquer língua ocidental
das quais pelo menos possuo uma noção geral
conseguida aliás por meio de um esforço efectivo e real
E ali naquela sala principal
daquele aeroporto do nepal
enquanto esperam pelo seu transporte habitual
embora o tempo passe o assunto central
da conversa daquele grupo de gente ocasional
continua na mesma a ser o do "natal"
Tratar-se-á de um facto universal?
Alguma festa? Uma tragédia mundial?
Consulto as caras sem obter satisfação cabal
Li por exemplo a bíblia li pessoa e pertenci à igreja ocidental
e tenho de reconhecer que não sei nada do natal
Mas se assim é porque diabo sofro como sofro eu afinal'
Porque me atinge assim palavra tão fatal?
Que passado distante permanece actual?
Como é que uma mera palavra se me torna visceral?
Ninguém daquela gente reunida no nepal
um professor um engenheiro ou um industrial
um técnico uma actriz um intelectual
um revolucionário ou um príncipe real
que ali nas suas línguas falam do natal
aí por quinze de janeiro e num dia invernal
pressentem como sofre este filólogo profissional
Eu tenho atrás de mim uma vida que por sinal
começada no campo e num quintal
junto da pedra da árvore e do animal
debaixo das estrelas e num meio natural
vida continuada na escola entre o tratado e o manual
me assegurou prestígio internacional
Mas para que me serve tudo isso se naquela capital
entre pessoas que inocentemente falam do natal
eu que conheço as coisas e as palavras de maneira oficial
que como linguista as trato de igual para igual
travo afinal inexorável batalha campal
com tão simples significante como o de "natal"?
E entre línguas diversas num aeroporto do nepal
alguém bem insensível sofre mais do que um sentimental
pois pressente em janeiro que se o foi foi há muito o natal"

ruy belo

ponte vasco da gama

uma das coisas que mais gosto em ti é tu não saberes lidar com o que sinto por ti. teres um medo quase infantil pelas minhas palavras que tu sabes que são de amor.

primeiro balanço

o ano vai terminando a passos largos. não cumpro o meu desejo de reunir a turma do liceu. tanta coisa passou. tanto que já não me lembro. apaixonei-me uma ou duas vezes. amei pouco. tenho muitas dúvidas. continuo a ter muitas dúvidas. aprendi duas ou três coisas que nunca mais esquecerei. vi sítios que nunca mais voltarei a ver.

mas hoje jantei com os meus amigos. os únicos que tenho.

e o natal não passará nunca disto. um tempo para sabermos quem gosta de nós. de quem gostamos. quem somos, afinal.

domingo, 11 de dezembro de 2005

melo



o álbum do senhor melo d está aí. gosto sobretudo da música mas também do homem que tantas vezes apanhou o mesmo comboio que eu com o filho às cavalitas. o que faz falta são boas vibrações. não é assim, melo d?

sunday afternoon

arrumar gravetas é purificador. liberta. tão útil como resolver um assunto com dois anos e meio de atraso, a uma pessoa a quem já havíamos feito o luto.

vaidade

um gesto de vaidade não faz mal a ninguém. mas tem de ser apenas um. mais do que isso é abuso, é vício. e no abuso está o mau uso.

do blog

escreve-se pouco por aqui. deixa-se que a vida engula as palavras.

christmas time

uma prenda de natal pode ser uma declaração de amor tão boa como outra qualquer.

injustiça

ao contrário do que se poderia pensar, é menos injusto amar e não ser correspondido, do que simplesmente não amar. é tudo uma questão de acção. não agir é ser violentado pelas obscuras leis naturais.

sábado, 3 de dezembro de 2005

há noites em que só apetece dizer

terror de te amar num sítio tão frágil como o mundo

mal de te amar neste lugar de imperfeição
onde tudo nos quebra e emudece
onde tudo nos mente e nos separa


sophia de mello breyner andresen

sexta-feira, 2 de dezembro de 2005

ela, sempre ela

hernández

duas ou três cervejas. bochechas quentes. bichinhos do mar. conversadas noite fora. assim se vive na atlântida dos horríveis murais. uma das últimas cervejarias da minha terra.

temporal

que amor é este que vive na certeza de que os nossos lábios jamais se unirão?