quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

casa nova #2



"home, home is where I always want to be
home is there for you and is for me
home is where I never want to leave"

josh rouse

as minhas wee hours

o som monótomo da ventoinha do computador. um vago olhar absorto. um súbito mas leve desespero. um suspiro. letras e linhas que passam velozes diante de mim. já não consigo ler mais. já não quero ler mais.

antes do anoitecer

e mesmo que tudo tivesse sido apenas aquele beijo isso seria suficiente para ter a certeza, hoje, de que serei para sempre teu. mas sem a menor dúvida. sem a menor hesitação. eu não sei o que é o amor. amo-te.

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

faria hoje 150 anos de vida



carinhosamente chamado B.P.

domingo, 11 de fevereiro de 2007

o meu dia 11 (pt. 2)

não ouvi hoje a tua voz. não a ouço há tantos meses. porque haveria de chorar logo hoje, que é o meu aniversário? há dias de sol em que me levanto e estou só. e nesses dias também não te ouço. nem é preciso esperar pela hora de almoço para chover torrencialmente na cidade.

o meu dia 11

as pessoas morrem sem querermos. morrem a ritmos diferentes. em locais afastados ou dentro de nós. e é muito triste tudo isto nos ultrapassar. sermos demasiado impotentes. tu, por exemplo, demoraste dez anos a morrer. dez anos preenchidos em forma de sombra. de fumo vago.
a ruptura é hoje. agora que morreste não te posso mais ressuscitar. e o teu nome. e tudo o que é teu, vai ser inevitavelmente esquecido. se te recordar uma vez mais, virás na forma de um sonho. como se nunca tivesses existido. como se ainda não passasses de um desejo.

hoje faço anos

apetece-me dizer tanta coisa.

terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

das justificações e dos apelos ao "sim"

não tenho razões para o meu silêncio. tenho andado a fingir que faço uma dissertação de mestrado. tenho andado a fingir que estou atento à campanha do referendo do dia 11. mas não posso fingir (isso não posso) que vou votar sim.

apelo a que votem sim todos os que não aceitam que o estado não regule este problema de saúde pública. mesmo aqueles a quem as mulheres que decidem abortar lhes causam nojo ou as acusam de levianas e pseudo-deprimidas, apelo a que votem sim para acabarmos todos com este negócio sujo, com esta selvajaria que é o aborto clandestino. votar "não" é manter o que está. votar sim é querer a mudança. e eu quero mudar esta lei. eu não quero que no meu país as mulheres sejam presas por abortarem. eu não quero que no meu país elas possam abortar em vãos de escada, sem qualquer controlo, nem desencorajamento, nem apoio. tenho dito.