domingo, 28 de agosto de 2005

café montmartre, budapeste



posso te encontrar se
descer um pouco da catedral
de santo estêvão e entrar no
café que tem o mesmo nome do
bairro parisiense onde sonhei
encontrar a amélie, uma qualquer
amélie que me despertasse para o
sonho da vida

ao entrar olharás para mim
com o teu sorriso tímido
e perguntarás no teu fraco inglês
o que desejo
mas eu não sei o que desejo
ou por outra sei

sei que te desejo com a
profundidade que o danúbio
transporta nesta cidade
sei que te desejo tanto como
não te conhecer de forma alguma

desejo-te na mesma medida
em que a tua beleza deleita
os homens feios que serves
todos os dias (incluindo o teu patrão israelita)

desejo-te e já não sei desejar-te
dirijo-me para a ponte
uma qualquer ponte e atravesso
o rio para buda
e no fundo ficaste e fiquei sem resposta

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