sexta-feira, 21 de janeiro de 2005

o senhor zaqueu

entre saber quem sou e no que acredito, entre uma ou outra divagação mais existencial, entre o teu sorriso e uma saudade imensa do teu cheiro, recebi a oportuna visita das finanças. um ou dois funcionários mais zelosos que não acharam graça ao meu nome e me decidiram punir com o que de pior há para aquelas bandas: uma alteração gerada por um processo automático, que dispensa apresentações dos nomes dos senhores e a suposta notificação ao cidadão. com efeitos retroactivos ao tempo em que me julgava cumpridor e afinal era um criminoso sem vergonha. quem não teve já um problema com as finanças? saberão decerto do que falo. sentimo-nos de repente enganados por tudo e todos, encurralados nas malhas de uma trama kafkiana infernal e repleta de artigos de decretos-lei e pormenores de jure e de facto.

curiosos, perguntarão se me safei (em bom português). olhem, vou-me safando, aos poucos, com paciência e muita cautela. com pouca vontade de escrever e um tanto desanimado com a vida e a labuta diária. confiante na minha boa-fé. perdoando infinitamente os publicanos desta saga. na certeza de que haverá final feliz. com mais ou menos euros no bolso. cumpridor e sorridente até à próxima visita do senhor zaqueu. como está? passou bem?

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