terça-feira, 18 de dezembro de 2012
uma outra menina
e depois o que fica? o perdão vence ao olharmos para o menino. tudo passa no verbo que se faz carne. naquele olhar, naquela tranquilidade. uma criança apenas. como foi possível? como chegámos aqui? o que procurávamos? tudo passa no silêncio daquele milagre. de um menino sem voz que nos fala sem cessar. mesmo na nossa eterna surdez.
feliz natal. enquanto esperamos uma outra menina.
sexta-feira, 2 de novembro de 2012
outono, à tua espera
algumas folhas caem
e tu nasces
protegida do vento
não conheces a chuva
mas és feita de água e
nela respiras
abrigada do mundo
és a promessa
de um olhar puro
nem vento, nem chuva, nem mundo
e tu nasces
protegida do vento
não conheces a chuva
mas és feita de água e
nela respiras
abrigada do mundo
és a promessa
de um olhar puro
nem vento, nem chuva, nem mundo
quarta-feira, 17 de outubro de 2012
os dedos de uma mão
um gesto simples
instantes de vida
os dedos de uma mão
«tu tens o meu nome clara rilke»
instantes de vida
os dedos de uma mão
«tu tens o meu nome clara rilke»
terça-feira, 9 de outubro de 2012
a alegria em um instante
a tua forma nas minhas lágrimas
um sorriso escondido
a promessa de uma vida
a alegria em um instante
um sorriso escondido
a promessa de uma vida
a alegria em um instante
sábado, 1 de setembro de 2012
de braços caídos
"(..)
sei que é em vão que tudo será decerto em vão e que mais uma vez
assisti sem remédio de braços caídos à implacável destruição do verão
que é feito do verão que é feito dessa pausada estação
onde eu sem saber cavara os alicerces da minha vida que é feito
dos olhos sérios e dignos dessa criança ameaçada pelo fim do verão
por um tempo que em breve a roubaria ao ruidoso convívio do verão?
(...)"
nos finais do verão - ruy belo
sei que é em vão que tudo será decerto em vão e que mais uma vez
assisti sem remédio de braços caídos à implacável destruição do verão
que é feito do verão que é feito dessa pausada estação
onde eu sem saber cavara os alicerces da minha vida que é feito
dos olhos sérios e dignos dessa criança ameaçada pelo fim do verão
por um tempo que em breve a roubaria ao ruidoso convívio do verão?
(...)"
nos finais do verão - ruy belo
terça-feira, 10 de julho de 2012
segunda-feira, 2 de julho de 2012
quase uma vida depois
releio estes oito ou nove anos «na margem» e «ao longo da avenida». passou tanta coisa e vi respondidas algumas das perguntas que fiz mas continuo ainda tão longe. quase uma vida depois.
e ainda me esquecia de uma: desistência
«Cinco Palavras Cinco Pedras
Antigamente escrevia poemas compridos
Hoje tenho quatro palavras para fazer um poema
São elas: desalento prostração desolação desânimo
E ainda me esquecia de uma: desistência
Ocorreu-me antes do fecho do poema
e em parte resume o que penso da vida
passado o dia oito de cada mês
Destas cinco palavras me rodeio
e delas vem a música precisa
para continuar. Recapitulo:
desistência desalento prostração desolação desânimo
antigamente quando os deuses eram grandes
eu sempre dispunha de muitos versos
Hoje só tenho cinco palavras cinco pedrinhas»
ruy belo
Antigamente escrevia poemas compridos
Hoje tenho quatro palavras para fazer um poema
São elas: desalento prostração desolação desânimo
E ainda me esquecia de uma: desistência
Ocorreu-me antes do fecho do poema
e em parte resume o que penso da vida
passado o dia oito de cada mês
Destas cinco palavras me rodeio
e delas vem a música precisa
para continuar. Recapitulo:
desistência desalento prostração desolação desânimo
antigamente quando os deuses eram grandes
eu sempre dispunha de muitos versos
Hoje só tenho cinco palavras cinco pedrinhas»
ruy belo
terça-feira, 5 de junho de 2012
terça-feira, 29 de maio de 2012
sexta-feira, 4 de maio de 2012
quinta-feira, 5 de abril de 2012
estende a tua mão
Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, com medo das autoridades judaicas, veio Jesus, pôs-se no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco!» Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o peito. Os discípulos encheram-se de alegria por verem o Senhor. E Ele voltou a dizer-lhes: «A paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou, também Eu vos envio a vós.» Em seguida, soprou sobre eles e disse-lhes: «Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ficarão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ficarão retidos.» Tomé, um dos Doze, a quem chamavam o Gémeo, não estava com eles quando Jesus veio. Diziam-lhe os outros discípulos: «Vimos o Senhor!» Mas ele respondeu-lhes: «Se eu não vir o sinal dos pregos nas suas mãos e não meter o meu dedo nesse sinal dos pregos e a minha mão no seu peito, não acredito.» Oito dias depois, estavam os discípulos outra vez dentro de casa e Tomé com eles. Estando as portas fechadas, Jesus veio, pôs-se no meio deles e disse: «A paz seja convosco!» Depois, disse a Tomé: «Olha as minhas mãos: chega cá o teu dedo! Estende a tua mão e põe-na no meu peito. E não sejas incrédulo, mas fiel.» Tomé respondeu-lhe: «Meu Senhor e meu Deus!» Disse-lhe Jesus: «Porque me viste, acreditaste. Felizes os que crêem sem terem visto!»
João 20: 19-29
quarta-feira, 7 de março de 2012
sexta-feira, 2 de março de 2012
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
segunda-feira, 30 de janeiro de 2012
nunca mais passei por lá
"(...)
Isso era por exemplo o que me acontecia
quando há anos nas manhãs de roma
entre os pinheiros ainda indecisos
do meu perdido parque de villa borghese
eu via essa mulher e esse homem
que naqueles encontros pontuais
Decerto não seriam tão felizes como neles eu
pois a felicidade para nós possível
é sempre a que sonhamos que há nos outros
Até que certo dia não sei bem
Ou não passei por lá ou eles não foram
nunca mais foram nunca mais passei por lá
Passamos como tudo sem remédio passa
e um dia decerto mesmo duvidamos
dia não tão distante como nós pensamos
se estivemos ali se madrid existiu
( ...)"
ruy belo - muriel
Isso era por exemplo o que me acontecia
quando há anos nas manhãs de roma
entre os pinheiros ainda indecisos
do meu perdido parque de villa borghese
eu via essa mulher e esse homem
que naqueles encontros pontuais
Decerto não seriam tão felizes como neles eu
pois a felicidade para nós possível
é sempre a que sonhamos que há nos outros
Até que certo dia não sei bem
Ou não passei por lá ou eles não foram
nunca mais foram nunca mais passei por lá
Passamos como tudo sem remédio passa
e um dia decerto mesmo duvidamos
dia não tão distante como nós pensamos
se estivemos ali se madrid existiu
( ...)"
ruy belo - muriel
quarta-feira, 25 de janeiro de 2012
da crise
sao tristes os dias em que nos apercebemos um pouco mais do quao enganados fomos ou do quao enganado fui. nao posso hoje acreditar que alguma daquelas pessoas que nos representam nos possa querer bem. nao vejo um so a estar mal para um de nos estar bem. se o serviço era sacrificio entao tudo isso terminou. sei que nao fui o primeiro a chegar aqui. tenho hoje a certeza que quis acreditar demasiado tempo que os que nos serviam se sacrificavam por todos. passado este tempo ingenuo resta-me procurar outro caminho. para ja, sem acentos, que os tempos sao mesmo de crise.
sexta-feira, 20 de janeiro de 2012
até todos terem o que precisam
..."why don't we plant a mechanic virus and erase the memory of the machines that maintain this capitalist dynasty? and yes, i recognize the irony that the very system i oppose affords me the luxury of biting the hand that feeds. but that's exactly why priviledged fucks like me should feel obliged to whine and kick and scream - until everyone has everything they need."
domingo, 8 de janeiro de 2012
quarta-feira, 4 de janeiro de 2012
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