segunda-feira, 31 de outubro de 2005

desejo para novembro

eu queria escrever mais. ter a disciplina protestante do tiago. a convicção do francis. ou a imaginação da cláudia. mas é doce a brisa que corre na margem.

pós-socialismo

não há nada como um fim-de-semana grande com um dia de trabalho pelo meio.

de pé, ó vítimas da fome...

domingo, 30 de outubro de 2005

paz

ter pouco em que confiar. e esse pouco me bastar.

sexta-feira, 21 de outubro de 2005

o dia do eu não vou

eu não vou ao rock in rio. eu não vou fazer greve. eu não vou votar em cavaco.

das mulheres

há dois tipos de mulheres que não me interessam. as que arranjam demasiado as unhas. as que mascam pastilha de boca aberta. e, confesso, também as que falam alto. todos os outros tipos são a elite do género.

terça-feira, 18 de outubro de 2005

metodologia

o gosto pela história teve um início perfeitamente infantil. descobrir que tinha havido pessoas antes de mim e até antes dos meus pais, ou ouvir a minha mãe contar o que eu tinha feito, as minhas histórias. saber como a verdade não pode ser objectiva. às vezes corrigia. outras vezes silenciava. fazia a minha história de vencedor. às vezes envergonhava-me. outras vezes sorria. a história é sempre um discurso dos vencedores.

dos vencedores que sabem escutar.

domingo, 16 de outubro de 2005

porque hoje é sábado

nem imaginas como um beijo teu e uma ou duas músicas poderiam mudar a minha vida.

quinta-feira, 13 de outubro de 2005

herbalife sucks

o único prazer de ir assistir a uma sessão matinal de lavagem cerebral anti-gordura, via herbalife, é sair a meio, apanhar o metro e almoçar um belo e gorduroso repasto numa daquelas tascas com ar de restaurante que abundam na baixa da cidade.

o meu pai também é historiador

e é o mais longo contador de histórias que conheço. fica sempre algures entre o tédio e a exaltação de um profissional. gosto sobretudo das histórias antigas cujos personagens têm nomes que já não existem. nomes que morreram com a passagem irreversível de um determinado tempo. gosto das histórias com muitos pormenores. saborear as suas imagens. a sua revelação de um passado que nunca poderei viver.

quarta-feira, 12 de outubro de 2005

segredo

depois da chuva, o frio. para o inverno falta apenas que o outono arranque as folhas que restam. e mais uma coisa que não posso dizer.

um problema de mediação #3

tem um convertido legitimidade para acusar de falta de devoção, fé ou asssiduidade ao culto, aqueles que sempre tudo fizeram o que a igreja mandou? tem a fé o condão de fazer esquecer que o cristianismo é essencialmente comunidade?

um problema de mediação #2

ver a imagem de lili caneças em fátima, sorridente, com os lábios pintados de rosa, é razão para desligar a televisão?

um problema de mediação #1

rezar a nossa senhora de fátima, em frente à televisão, é diferente de rezar noutro sítio qualquer?

segunda-feira, 10 de outubro de 2005

segunda-feira na cidade

finalmente a chuva. depois da vergonha que foi a campanha eleitoral esperava-se algo que lavasse as almas, que assentasse o pó e o ruído das ruas efusivas de um verão demasiado tardio. oiço os pássaros e a vida a renascer. e as mangas curtas, de repente, ficarem demasiado curtas. como a vergonha na cara que teima em se extinguir.

segunda-feira, 3 de outubro de 2005

deus queira

é no deserto que surge o sopro de deus. o seu nome diz-se ao de leve. sussurrando. para antecipar as coisas. para curar as feridas mais dolorosas. para que nada se repita.

como cair se transforma irremediavelmente numa prova de fé. na mais forte crença de que mesmo ali ele estava connosco.

pela palavra



mesmo nestes dias em que os frutos tardam em surgir deixo a palavra enxertar a vinha. continuamente. porque deus não dorme. deus nunca dorme.